Bento XVI continuou sua reflexão sobre a oração durante a catequese
dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos, nesta quarta-feira, na Praça
de São Pedro, para a tradicional Audiência Geral. O Papa recordou que a
catequese anterior e mostrou as difíceis situações às quais a “Igreja
procurou dar respostas à luz da fé, guiada pelo Espírito Santo”. Nesta
quarta, a reflexão foi sobre a oração, que é prioridade para os
cristãos, como narrado por São Lucas nos Atos dos Apóstolos(Cfr Ato 6).
Os
apóstolos “cientes de que a prioridade da missão era o anúncio da
Palavra de Deus”, não ignoravam o mandato de Jesus: “Amai-vos uns aos
outros como eu vos amei”. Duas realidades que devem ser vivas na Igreja –
“o anúncio da Palavra e a caridade concreta” ,disse o Santo Padre,
"criavam dificuldade" e era preciso encontrar uma solução para que ambas
ocupassem seus devidos lugares, a “necessária relação entre elas”.
Por
isso, continuou o Pontífice, foram escolhidos “sete homens de boa fama
para serviço da caridade, ao passo que os Apóstolos se dedicariam
inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. Estes devem gozar não
apenas de “boa reputação”, mas devem ser “cheios do Espírito Santo”, ou
seja, não apenas “organizadores que sabem fazer”, mas fazer no “espírito
da fé, com a luz de Deus, na sabedoria do coração”.
Bento
XVI citou o seguinte episódio, narrado por Lucas: “Marta, Marta, tu te
inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é
necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a melhor
parte, que não lhe será tirada"(Cfr Lucas 10, 41-42). Este e outros
episódios nos ensinam que, “no meio das atividades de cada dia, não
devemos perder de vista a prioridade da nossa relação com Deus na
oração”.
O Papa recordou que “num mundo
acostumado a avaliar tudo segundo os critérios da produtividade e
eficiência”, devemos lembrar que, “sem a oração, a nossa atividade se
esvazia, convertendo-se em puro ativismo, que nos deixa insatisfeitos.
A
passagem dos Atos dos Apóstolos nos recorda a importância do trabalho
que, sem dúvidas, cria um verdadeiro e próprio ministério, no empenho
das atividades quotidianas “desenvolvidas com responsabilidade e
dedicação”, mas também mostra a nossa “necessidade de Deus”.
A
oração deve ser para nós como que a respiração da alma e da vida”,
afirmou o Santo Padre. Ao final Bento XVI dirigiu a seguinte saudação
aos peregrinos de língua portuguesa:
Uma
saudação cordial aos diversos grupos de brasileiros e demais peregrinos
de língua portuguesa, nomeadamente aos fiéis da Diocese de Serrinha
acompanhados do seu Bispo, Dom Ottorino Assolari. No meio dos inúmeros
afazeres diários, é justamente na oração, alimentada pela Palavra de
Deus, que encontrareis novas luzes para vos guiar em cada momento e
situação. E que Deus vos abençoe a vós e vossas famílias
Nenhum comentário:
Postar um comentário